If You Have Something to Say, Raise Your Hand and Place it Over Your Mouth.


Nothing Nice to Say

domingo, outubro 24, 2004

Na minha família respira-se poupança pelos poros. Descendo de linhagens tão poupadas, tão poupadas, que até as folhas da árvore geneológica usaram. Ainda temos a casa e a mobília de 4 gerações, que está no centro de tudo para não termos de ir muito longe. Os meus pais já me disseram que pouparam nos métodos contraceptivos. Nunca me tiraram uma fotografia, porque dizem que sou muito parecido com o meu bisâvo. Temos uma foto dele, e realmente quando eu visto aquela roupa fico igualzinho. A minha avó poupou tanto durante a vida, que não têm recordações. Tive uma irmã que morreu. Não compensava gastar dinheiro no médico, para recuperar a moeda que ela tinha engulido. O meu pai está quase a terminar um armário feito de fósforos queimados. Desde pequeno que faço recolhas semanais de cera dos ouvidos, para fazer velas. A minha mãe está muito orgulhosa de mim. Olha-me sempre por cima dos óculos. O meu tio Ana (sim, até o nome lhe pouparam), apesar de rico, limpa o rabo com os dois lados do papel higiénico. É pecado mortal desperdiçar um cêntimo que seja. Fazemos sempre a escolha inteligente. Na escola gozavam comigo por levar as folhas de jornal, onde passava as aulas, e as canetas da publicidade, dentro de um saco de plástico. Eu acho é que tinham inveja das minhas botas, que o meu pai usou na tropa. Pretendo ser rico a curto prazo. Estou a poupar dinheiro desde muito pequenino. A minha tia Albertina ofereceu-me um mealheiro pequenino, que na altura tinha tão poucas moedas que nem notas. Bem, é melhor ficar por aqui. Assim poupo tempo a dobrar. O meu e o teu.

domingo, outubro 10, 2004

Cheiras mal da boca. Mau hálito? Eu não suporto maus hálitos nem maus hábitos. Tento preocupar-me com o meu, uma escovadela de dentes não faz mal a ninguém, e um dente saudável é menos uma nota que se oferece ao dentista. Mas é claro, também existem alturas em que convém ter um cheiro a merda a sair pela boca fora, estou precisamente a lembrar-me da prestação de provas orais no ensino universitário, daquela conversa sobre o tempo, nas escadas, com os vizinhos, e das viagens nos transportes públicos. Para arranjar lugar sentado facilmente, basta falar em modo alto-bafo (género alta-voz do bafo). Experimentem, se não funcionar soltem uns traques valentes, e garanto-vos que se vão sentir mais confortáveis no comboio do que no sofá lá de casa. Neste mundo só há uma pessoa a quem tolero bafos. E é à sorte. Entenda-se sorte como sorte monetária, se não ganhaste dinheiro não lhe chames sorte, chama-lhe acaso. Sorte é dinheiro no bolso, ponto final. Sinto que em breve serei bafejado pela sorte. Epá pode ser um bafo bom, um bafo de 20 euros caído no chão, um bafo de 200 euros no "Quem Quer Ganha", um bafo montra final no "Preço Certo em Euros", ou uma alta bafada de 10 milhões de euros no "Euromilhões". Isto tudo porque tive hà dias um sonho brutal, em que ia à mercearia e pedia ao merceeiro "Olhe ponha dois quilos dessas batatas mais baratas." e tinha o meu próprio avião estacionado mesmo ali à porta. E o cabrão do meu vizinho do lado ficou roído de inveja, porque depois de vir da minha ilha, enquanto ele regava o jardim eu metia o avião na garagem. Nesse sonho eu continuava gordo e tinha um ar aparvalhado. "A criar excêntricos todas as semanas" acho que é mais "A criar parvos todas as semanas". É que esta semana muitos (mesmo muitos) jogaram e ninguém ganhou o prémio máximo, aposto que quem jogou está certamente mais parvo. Já agora só a título de curiosidade:

PRÉMIOS: % das Receitas 50% (isento de impostos) @ http://www.djogos.scml.pt/euromilhoes/util/como_jogar.html

Com 5 milhões de euros tás mas é a andar de mota!

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