If You Have Something to Say, Raise Your Hand and Place it Over Your Mouth.


Nothing Nice to Say

terça-feira, março 30, 2004

Aqui deixo um poema que foi sendo elaborado à medida que ia escrevendo (polionasmo cosmético):

Hoje não tenho tema,
Troquei-o por uma rena,
O mundo ficou mais pacífico,
Com o Bush no frigorífico.

A música corre depressa,
Seis albúns já lá vão,
A beleza empessa,
Enfim tudo escrito de antemão.

Nunca mais vem o dia,
Precedente da noite,
Onde todos entram em agonia,
E morrem com uns bons açoites.

A vergonha espelha a alma,
De quem vive sem pensar,
Quem vive no meio da palma,
Que está prestes a fechar.

A esperança, essa
Há muito que sumiu
A balança pende depressa
Pa Puta Que Pariu.

segunda-feira, março 15, 2004

Seguindo a máxima do "Onde é que estavas no... 11 de Março?" É verdade, eu John Ramos, estive lá. E aqui quero deixar o meu relato em 1ªpessoa, um testemunho verídico dedicado a todos os que estão a sofrer, ou que transitaram para outro mundo com bilhete de viagem local, sem por isso terem de pagar mais. Eram cerca das 5h da manhã quando tive uns deja-vus constantes enquanto comia as letras da sopa, competindo (numa tentativa Scrabble-lística) com o meu colega de quarto Ramon Kota . Milagrosamente a palavra SKI tinha-se formado na colher algumas trinta vezes. Saí de casa a correr como sempre dirigindo-me para a estação de Santa Eugénia na qual apanho a linha suburbana C2 em direcção a El Pozo onde trabalho como ajudante de limpa neves. Ao que parece o comboio estava atrasado (uns homens mal vestidos e com umas mochilas andavam a compor qualquer coisa na linha) e com grande sorte arranjei um lugar sentado com vista para a rua. Já passavam das 7h quando o comboio partiu. Deliciei-me com a paisagem e testemunhei o acordar de uma cidade e dos bairros nos arredores Vallecas Villa, Pavones... Ao chegar a a estação de El-Pozo senti-me pequeno por não estar mascarado de qualquer coisa. É que tinha acabado de entrar na carruagem um tipo mascarado de skiador, com a cara tapada (ouvi dois senhores a apostarem se ele era preto ou branco), o qual colocou várias mochilas espalhadas pela carruagem de modo a não incomodar a senhora que viajava à sua frente. Digno de um verdadeiro cavalheiro. Quando o comboio partiu vi uns tipos com umas Ak's de plástico ao pescoço a acenarem e a correrem para carrinhas a dizer "Ale-Caeda Pedreros", os quais foram gozados pelo senhor à minha frente que tirava macacos e os colava na mochila do skiador. Enquanto o comboio prosseguia a sua marcha até Atocha, reparei que ao longo da linha havia dezenas de malas iguais à daquele senhor. Novamente senti-me pequeno e isolado no mundo da Monte Campo. Ao sair do comboio em Entrevias (uma estação antes de Atocha) reparei que o senhor mascarado de skiador também tinha saído mas que se tinha esquecido das mochilas. Fui a correr atrás dele e quase que o apanhava, não fosse ele ter começado a correr como o diabo foge da cruz. Ainda tentei falar com o senhor dos perdidos e achados na estação mas ao que parece ele encontrava-se numa depressão, por ter lá um pacote de massas não reclamadas há mais de 6 meses. Encontrava-me no fim da rua quando se deram as explosões. É verdade estive lá, eu e mais 30 000 pessoas. São coisas que fazem parte do nosso dia-a-dia, das quais nunca suspeitamos, mas desta vez o pior aconteceu. Só mais tarde me apercebi que o pacote das massas era do IKS e estava limitado a esses mesmos 3 caracteres, mas fiquei mais fodido por o Ramon não me ter devolvido o dinheiro do jogo, esse sim é um terrorista de primeira.

quinta-feira, março 04, 2004

Para ser alguém na vida é obrigatório ter um grau académico (comprado, emprestado ou ganho), caso contrário habilitas-te a ser uma pessoa altamente inteligente que desperdiça as suas capacidades, percebendo que certas matérias não te ajudam a evoluir mas sim a regredir (é mais ou menos como o Nestum, só o corpo é que cresce, a mentalidade regride). Por isso se quiseres ter um "bom estatuto" o melhor é tratares de arranjar um PhD (Philosophiae Doctore) ou um grau de Mestre, pois não só faz com que te seja prestada vassalagem, mas também com que possas suprimir certas palavras de índole comum, do teu vocabulário, como Bom Dia , Desculpe e Obrigado.
Mas cuidado um PhD não significa Patiently hoping for a Degree, Potential heavy Drinker ou Pretty heavy Diploma, mas sim algo como Please hire Desperate , Physiologically Deficient e Pretty heavily Depressed. Obtém um custe o que custar, nem que tenhas que dar aulas práticas de matérias que desconheces, passear o caniche do Catedrático ou mesmo lamber pilas. Eu desde pequeno que tenho uma teoria que se tem vindo a confirmar: "A inteligência de um humano é inversamente proporcional ao grau académico que este possui". Mas claro que existem certas excepções, poucas mas existem. É o caso de certos individuais, aos quais são atribuídos graus académicos pela sua verdadeira inteligência e contributo para a ciência, dos quais destaco Mestre Michelle (o grande chefe de cozinha, que nos ensinou a por margarina no tacho para o arroz não agarrar), Mestre Sun Tzu (que masterizou a arte da guerra, cuja regra número um é "Know Your Enemy"), Mestre Splinter (o tutor das tartarugas ninja, deixou a arte da invisibilidade), PhD Jesus (que nos deixou a lição "Sê esperto e permanece vivo para a eternidade"), PhD Calvin & Hobbes ("O caminho para a perfeição é a estrada da incompreênção") e por último o PhD Bart Simpson (o grande fundador do movimento "Speak English or Die", que deixou a lição "Acontece a quem merece!"). Isto sim são exemplos de verdadeiras lições de vida, não aquelas por que passam os graus académicos. São graus destes que vêm dar o verdadeiro significado a expressões como "Enfia-o no cú!".

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